segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Revista Digital

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Nas companhias, talentos ajudam a criar produtos
06/01/2011

Não é só nos laboratórios de ciência que o trabalho de profissionais brasileiros tem encontrado eco. Nos últimos tempos, vários nomes vêm se destacando na fronteira da inovação, a aplicação da pesquisa científica na criação de produtos capazes de facilitar a vida das pessoas ou criar novos hábitos de consumo.

Alex Kippman é um desses exemplos. Na Microsoftdesde 2001, ele foi um dos principais responsáveis pela criação do Kinect. Uma das principais apostas recentes da companhia, o sensor de movimentos conecta-se ao console de videogame Xbox 360 e permite interagir com os jogos só com o movimento das mãos, sem nenhum tipo de joystick.

Durante três anos, Kippman comandou a equipe de desenvolvimento do sistema, que chegou ao mercado em novembro. O projeto foi originalmente batizado de Natal, em homenagem à capital do Rio Grande do Norte, onde ele passou parte da infância. Em latim, Natal quer dizer novos começos, diz Kippman.

Ele desembarcou nos Estados Unidos há 14 anos para cursar a universidade. A paixão pelos games, que começou aos cinco anos, motivou a mudança de país. Eu queria ajudar a inventar a área e não só consumir o que era vendido, diz. Recrutado pela Microsoft ainda na faculdade, ele não se interessou muito a princípio. Não era muito fã da empresa, conta.

Uma visita à sede da companhia em Redmond, no Estado de Washington, o fez mudar radicalmente de ideia. Desde então, Kippman trabalhou em diversas áreas da Microsoft, até ser convidado para comandar o desenvolvimento do novo controle.

Para o pesquisador, o fato de o Kinect dispensar o joystick abrirá novos mercados no futuro. Um contingente de 40 milhões a 100 milhões de pessoas no mundo inteiro têm dificuldades para entrar no mundo do entretenimento por conta dos controles.

No laboratório da Hewlett-Packard (HP), em Palo Alto, na Califórnia, Gilberto Ribeiro está à frente do desenvolvimento técnico e científico de uma descoberta que pode mudar a forma como informações são armazenadas e processadas pelos computadores: o resistor de memória, ou memristor.

Sob o comando de Ribeiro já estiveram 30 profissionais. Hoje, eles são 10. O pesquisador está envolvido no projeto há dois anos. Sua principal responsabilidade é avaliar onde e como a tecnologia será aplicada.

Entre os principais usos do componente estão a criação de formas de armazenamento de dados e a construção de computadores que funcionem nos mesmos moldes e velocidade do cérebro humano.

Antes de trabalhar na HP, Ribeiro esteve durante nove anos no Laboratório Nacional de Luz Síncontron (LNLS), em Campinas (SP). A mudança de endereço ocorreu depois que a verba para seus projetos foi cortada. Percebi que era hora de buscar alguma coisa fora do país, afirma. Apesar de ter mudado para os EUA, Ribeiro mantém a ligação com o Brasil. Por intermédio dele, a HP firmou um acordo com o LNLS para trabalhar no desenvolvimento do memristor.

Fonte: Gustavo Brigatto / Valor Econômico.

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